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Patos, PB, Brazil
Professor de Filosofia e Literatura na Rede Privada de Ensino desde 2003 (Colégio Compacto); professor de Língua Inglesa no Município de São Mamede (CENEC); Militante Sindicalista ligado ao SINFEMP (Patos e São Mamede); Diretor Estadual de Imprensa e Divulgação da CTB/PB

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Ordem Demolay e Maçonaria - Aspectos destoantes da fé católica



Gostaria de deixar bem claro que o que aqui exponho não se dá por ódio ou rancor, antes é na intenção de abrir leque de estudos e pesquisas históricas, assim, todos os dados foram laboriosamente pesquisados em documentos provenientes da Igreja e assim é uma expressão do que ela pensa.

Essa pesquisa se deu por muitos comentários rolarem soltos em sala de aula. A mesma não quer ser a verdade única, quer apenas mostrar que algumas comunidades não são acolhidas no seio da Igreja Católica Apostólica Romana, não se quer dizer que a Igreja esteja certa ou que essas comunidades estejam certas, ou ainda erradas quaisquer que sejam. Minha intenção é simplesmente mostrar que elas não se completam, dadas suas histórias e doutrinas serem distintas em muitos ou quase todos os aspectos. Vejamos:

“Toda árvore boa, dá bons frutos; toda arvore má, dá maus frutos” (Mt 7,17).

“Temos a confiança de que Deus se dignará de enviar um socorro oportuno e misericordioso ao gênero humano exposto a tamanho perigo [a maçonaria]“ (Encíclica Humanum Genus, Papa Leão XIII).

A primeira pergunta que me chega é: “como tratar com um amigo que está envolvido em uma sociedade secreta como é a DeMolay?”. Pois bem, primeiramente você deve esclarecer os pontos em que a doutrina maçônica contradiz a doutrina católica.

Há vários argumentos contra a Ordem DeMolay que veremos a seguir.

Como afirmar que não há algo de religioso na Ordem DeMolay, se até hoje milhões de jovens se ajoelharam e se ajoelham perante os “altares” desta Ordem? E se o próprio fundador e idealizador desta ordem a definiu assim: “DeMolay é conforme uma religião que é difícil de definir” (Frank S. Land)?

Podemos começar enumerando os pontos fundamentais da Maçonaria, embutidas na Ordem DeMolay, que são contrárias à fé católica. Tão contrárias, a ponto do Papa Leão XIII escrever uma encíclica que diz:

“(…) Em presença desses fatos, simplíssimo era que esta Sé Apostólica denunciasse, publicamente a seita dos maçons como uma associação criminosa, não menos perniciosa aos interesses do cristianismo do que aos da sociedade civil. Decretou, pois, contra ela as penas mais graves com que a Igreja costuma fulminar os culpados, e proibiu filiar-se a ela.” (Encíclica Humanum Genus, Papa Leão XIII).

Os pontos fundamentais, por vezes chamados também de “Os Princípios Sagrados” da Ordem Demolay são, segundo a própria ordem:

1. Ter menos de 21 e pelo menos 12 anos de idade completos;

2. Professar sua crença em Deus e reverenciar Seu Santo Nome;

3. Afirmar lealdade a seu País e respeito à Bandeira Nacional;

4. Aderir à prática de moral pessoal;

5. Fazer votos de seguir os elevados ideais típicos das Sete Virtudes Cardeais da Coroa da Juventude;

6. Aprovar a filosofia da Irmandade Universal e a nobreza de caráter e exemplificada pela vida e morte de Jacques DeMolay;

7. Estar ciente que o ingresso na Ordem DeMolay não lhes garantirá no futuro a iniciação em um Corpo Maçônico.

(Fonte: http://www.sociedadefraterna.org/,  Mas largamente publicado por diversos sites de Capítulos Demolay na internet)

A maioria das crianças e jovens que ingressam na Ordem DeMolay são atraídos, muitas vezes, por seus mistérios. Desde muito cedo, enganam-se com os “bons” princípios que a ordem aparenta ter e, consequentemente, adquirem uma mentalidade maçônica. E se estão realmente com alguma boa intenção ao entrar na ordem, esses garotos são obrigados a deixar a sua vontade de lado, ao participar do ritual de iniciação onde não raramente são obrigados a executar prontamente as ordens recebidas de seus “irmãos” mais velhos sem questioná-las. Esta anulação da vontade das pessoas é péssima, pois não é a vontade dos outros que deve reger nossa inteligência, e sim a nossa reta razão, sempre com o foco nos ensinamentos de Nosso Senhor.

Outro ponto importante a se esclarecer é o malefício das entidades secretas e fechadas, como a Ordem DeMolay. Nessas entidades há uma hierarquia de ensinamentos que são transmitidos secretamente ao logo dos anos aos integrantes. Essa regra imposta por estas seitas é totalmente divergente da prática de Nosso Senhor Jesus Cristo, que sempre pregou publicamente seus ensinamentos.

Há inúmeros documentos da Igreja condenando as sociedades secretas. Recomendo-lhes que leiam atentamente a encíclica Humanum Genus, de Leão XIII, sobre a Maçonaria. Esse documento lhe trará bons argumentos contra a seita. A seguir transcrevo mais um trecho, agora da Declaração sobre a maçonaria escrita pelo Cardeal Ratzinger, hoje Papa Emérito Bento XVI:

Permanece, portanto, imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão“. [Declaração sobre a Maçonaria, Cardeal Joseph Ratzinger]. Esse documento pode ser conferido no seguinte endereço da cúria romana:

É importante também salientar que a Ordem DeMolay prega a liberdade religiosa. Ou seja, o integrante deve crer em Deus, e, ao mesmo tempo, não fazer distinção de credos. A Liberdade Religiosa sempre foi condenada pela doutrina católica, pois pretende nivelar todas as religiões – as falsas e a verdadeira: a Igreja Católica – a única esposa de Cristo não pode ser equiparada às falsas religiões. Da liberdade religiosa que leva ao indiferentismo religioso, disse Gregório XVI:

Outra causa que tem acarretado muitos dos males que afligem a Igreja é o indiferentismo, ou seja, aquela perversa teoria espalhada por toda a parte, graças aos enganos dos ímpios e que ensina poder-se conseguir a vida eterna em qualquer religião, contanto que se amolde à norma do reto e honesto. Podeis com facilidade, patentear à vossa grei esse erro tão execrável, dizendo o Apóstolo que há um só Deus, uma só fé e um só batismo (Ef 4,5): entendam, portanto os que pensam poder-se ir de todas as partes ao Porto da Salvação que, segundo a sentença do Salvador, eles estão contra Cristo, já que não estão com Cristo (Lc 11,23) e os que não colhem com Cristo dispersam miseravelmente, pelo que perecerão infalivelmente os que não tiverem a fé católica e não a guardarem íntegra e sem mancha (Simb. Sancti Athanasii).(…) Desta fonte lodosa do indiferentismo promana aquela sentença absurda e errônea, digo melhor disparate, que afirma e que defende a liberdade de consciência. Esse erro corrupto que abre alas, escudado na imoderada liberdade de opiniões que, para confusão das coisas sagradas e civis, se estende por toda parte, chegando a imprudência de alguém asseverar que dela resulta grande proveito para a causa da religião. Que morte pior há para a alma do que a liberdade do erro?, dizia Santo Agostinho (Ep. 166)” (Encíclica Mirari Vos, Papa Gregório XVI, apud. Fora da igreja não há salvação).

E mais, a Ordem Demolay diz que não se ensina nenhum credo em seus capítulos, e o que vale é a opinião “sagrada” de cada um a respeito de Deus. Ora, além de instigar uma soberba em seus adeptos, isso fortalece uma mentalidade subjetivista em seus membros que aos poucos passarão a odiar o Deus verdadeiro por causa de suas regras, leis e dogmas infalíveis. É a vitória do “eu acho” sobre a verdade.

Ao contrário do que a Ordem Demolay ensina, um católico deve saber que as virtudes cardeais são quatro e não sete: fortaleza, prudência, temperança e justiça. E as virtudes que se opõem aos vícios capitais não são virtudes cardeais. Veja a esse respeito o comentário ao Pai Nosso de Hugo de São Vítor.

Sete são as virtudes, englobando as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Como são virtudes teologais, e, portanto sobrenaturais, nos são dadas por Deus com a graça santificante.
Porque na maçonaria não se fala em virtudes teologais, só em virtudes puramente filantrópicas, humanas? A Maçonaria segue o que podemos dizer de “religião do homem” ou do culto ao homem. Portanto ela omite as virtudes teologais, que nos submetem a Deus. O que a maçonaria quer é servir ao homem, e não a Deus.

A Filosofia da Irmandade Universal é defendida por grupos gnósticos, como os teosofistas seguidores de Madame Blavatsky, que até são satanistas – para mostrar o “amor” que eles têm pelas coisas sagradas – e que acreditam que todas as pessoas possuem dentro de si uma partícula divina e estariam, por assim dizer, ligados todos entre si numa Irmandade Universal. Por esse motivo a maçonaria prega o culto ao homem, pois acredita que ele seja “o deus” – pelo fato de todos terem esta partícula divina.

Vê-se claramente que esta teoria gnóstica, que os demolays devem aprovar como ponto fundamental para a iniciação na Ordem é totalmente contrária ao Catolicismo. Você pode encontrar no site da sociedade Montfort mais informações a respeito da gnose e sua relação com a maçonaria. Veja, por exemplo, a citação a seguir:

“A Gnose afirma que o Criador do Mundo é mau, e que seu inimigo, que aparece na Bíblia com o nome de serpente e Lúcifer, ele seria o deus bom. A Gnose afirma que o Deus que nos criou aprisionou uma partícula divina na matéria, e que, por isso, toda matéria seria má. Deste modo, ruim ter corpo, nascer e viver. Mau seria o casamento pois permitiria aprisionar novas partículas divinas na matéria corporal. Má seria a mulher, por ser o instrumento que usaria o Deus Criador para manter a divindade presa no universo.” (www.montfort.org.br/perguntas/movimentognostico.html).

Como podemos ver, um conjunto delirante de loucuras e todas aprovadas pelos Demolays e contrárias à verdadeira fé.

Como outro exemplo, posso citar as influências da filosofia de Madame Blavatsky (aprovada pela Ordem DeMolay) na história:

“No caso específico do nazismo, muitas de suas raízes ocultas levam diretamente a Madame Blavatsky e sua Sociedade Teosófica. Algumas sociedades secretas alemãs abraçaram idéias teosóficas, da mesma forma como adotaram algumas das doutrinas de Nietzche, notadamente suas teses eugênicas do super-homem. Aliás, a doutrina de Blavatsky defendia que existiriam seis raças básicas, das quais a Ariana faria parte, e que haveria uma futura raça, evolucionariamente superior”.

Outra pergunta é sobre o recebimento do sacramento da Eucaristia por parte dos Demolays e Maçons. Pois bem, se um jovem entra na Ordem Demolay, e se submete às práticas da entidade, ele já inicia um processo de negação aos verdadeiros ensinamentos da doutrina católica. Para que este jovem possa comungar é necessário antes que deixe a instituição, se arrependa de a ela ter pertencido e tenha o firme propósito de a ela não retornar, confessando-se com um padre e este propósito deve vir junto com atos de reparação pelo pecado. Assim, por exemplo, alguém que rouba deve procurar restituir aquilo que roubou se quiser obter de Deus o perdão pelo pecado. A confissão não é válida se o cristão não está arrependido de seus atos e nem possui o propósito de reparar o mal cometido e nunca mais tornar a cometê-lo.

Uma confissão hipócrita é um sacrilégio, pois a pessoa que pratica esta ação está querendo enganar a Deus, que tudo sabe. E jamais uma Confissão sacrílega pode ser um meio de abrir o caminho à Comunhão. Ao contrário, é mais um pecado mortal, do qual deve haver o total arrependimento para a contrição dos pecados.

O mesmo ocorre no caso das pessoas ligadas à maçonaria ou demolay. Se uma pessoa está realmente arrependida da sua participação nestas ordens, o arrependimento só pode vir com sincero desejo de desfazer esta união. Assim, antes de confessar, o pecador maçom deve primeiro arrepender-se do seu estado, separar-se de sua “irmandade”, e, somente após a confissão, comungar.

É claro que os padres de hoje deveriam alertar a imensa juventude que vive sem rumo e acaba caindo nas enganações e armadilhas especialmente preparadas para ela. Porém, muitos padres nem sequer tocam neste assunto justamente por estarem mal preparados para combater as heresias de nossa época atual, por vezes até participam.

Mais uma vez afirmo que minha intenção é explicar a doutrina da Igreja em seus muitos documentos com relação à maçonaria e seus movimentos. Não me interessa aqui julgar nem a Igreja nem essas comunidades secretas, porém não posso me furtar ao direito de expressão e afirmar que pelo que se expõe aqui, você não pode pertencer aos dois, há de escolher um. O meu eu já escolhi, aos leitores e estudiosos desejo paz e sabedoria em sua escolha.