DA OBEDIÊNCIA PERFEITA
1Diz o Senhor no Evangelho:
“Quem não renuncia a tudo o que possui não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33), 2e:
“Quem quiser salvar sua alma, perdê-la-á” (Mt 16,25). 3Abandona tudo
quanto possui e perde o seu corpo aquele que a si mesmo abandona inteiramente à
obediência nas mãos do seu prelado.
4E tudo o que faz e diz,
sabendo que não contraria a vontade dele, e sendo bom o que faz, é obediência
verdadeira. 5E se acaso o súdito vê algo melhor e mais útil à sua
alma do que aquilo que o prelado ordena, sacrifique a Deus o seu conhecimento
voluntariamente, e se aplique com firmeza a cumprir as ordens do prelado, 6pois
nisto é que consiste a verdadeira obediência feita por amor, que satisfaz a
Deus e ao bem do próximo.
7Entretanto, se o prelado
der ao súdito alguma ordem contrária à alma, este todavia não se separe dele,
mas não é lícito obedecer-lhe. 8E se por esse motivo tiver de
suportar perseguições da parte de alguém, que então o ame ainda mais por amor
de Deus. 9Pois aquele que prefere aturar perseguições a querer ficar
separado de seus irmãos, permanece verdadeiramente na perfeita obediência,
porque “dá a sua vida pelos irmãos”. (Jo 15,13).
10Há
efetivamente muito religiosos que, sob o colorido de verem coisas preferíveis
às que os prelados ordenam, “olham para trás” (Lc 9,62) e “voltam a vômito de sua
vontade própria” (Pr 26,11). Esses tais são homicidas e, por seus maus exemplos
causam a perdição de muitas almas.
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